Protesto de estudantes contra reforma do Ensino Médioem 2011 |
A professora do Departamento de Educação da Unisc, Rosa Maria Schneider, em texto publicado na editoria de Opinião, criticou as mudanças pedagógicas propostas na cartilha do Governo do Estado e enalteceu a pesquisa realizada pela Uesc. Como bem salientou a educadora, as mudanças foram impostas à comunidade escolar – alunos, pais, funcionários e professores – da rede estadual de ensino.
Os educandários não tiveram espaço para se posicionar contrários a reestruturação. Os que o fizeram foram colocados no ostracismo. Não cabe aqui discutir o mérito da pesquisa para o processo do ensino aprendizagem. Esta é válida sim, mas nos moldes em que está sendo imposta.
Mas nada esta tão ruim que não possa piorar. Este ano, somente 25% da carga horária é destinada para disciplinas do núcleo diversificado. Ano que vem será de 50% e em 2014 de 75%, quando os alunos terão, segundo simulação encaminhada pela 6ª CRE, somente um período de matemática, um de história e um de geografia, por exemplo. Detalhe: as avaliações, como o Enem, não vão mudar porque o ensino gaúcho mudou.
A mobilização dos estudantes não é de agora, visto que em novembro do ano passado mais de 450 pessoas foram às ruas em favor da educação pública em ato organizado pela Uesc e apoiado pelos professores. Neste mesmo ato havia muitos educadores que também se posicionaram desfavoráveis as medidas que deverão refletir em índices de aproveitamento escolar e evasão ainda piores no RS.
Nós, professores, não nos silenciamos. Nossas vozes, contudo, não ecoaram tão forte. Por quê? Talvez porque venda mais jornal dizer que os professores estão em greve por questões salariais e não por discordarem de um modelo pedagógico “empurrado goela abaixo” fadado ao fracasso. Daqui a quatro anos, contudo, não digam quando os indicadores de avaliação externa apontarem para queda na qualidade do ensino que nós não avisamos.
Débora Inês Vogt - professora estadual, licenciada em História e graduanda em Filosofia/Parfor
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